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Decidi ir para a Costa Rica por um mero acaso do destino. Precisava tirar férias do trabalho, e queria ir para um lugar diferente que tivesse praias bonitas, muito sol e uma passagem aérea por menos de R$ 2 mil reais, ou seja, precisava do famoso destino BBB (Bom, Bonito e Barato). Quando surgiu uma promoção comprei a passagem e comecei a pesquisar sobre o país e percebi que seria uma viagem surpreendente.

O país é conhecido por brasileiros através do surf e mundialmente é referência em ecoturismo. A Costa Rica é responsável por 5% da biodiversidade do planeta, já que mais de 25% do seu território são de áreas verdes protegidas pelo governo, entre reservas e parques nacionais.

Também é famosa pela hospitalidade dos costarriquenhos, logo que você chega ao país, começa a escutar ‘Pura Vida’ nas saudações, que significa obrigado, olá, bom dia, boa tarde, seja feliz, enfim, tudo de bom que a vida pode lhe oferecer. E foi nesse clima de ‘Pura Vida’ que me encantei por esse país e pela forma simples de ver a vida dos costarriquenhos.

Bom, mas afinal o que tem de tão interessante nesse país tão pequeno na América Central?

Em primeiro lugar eu diria: VULCÕES, sim vulcões, muitos deles. O país possui mais de 60 vulcões, sendo que em torno de 7 ainda são ativos. É uma das regiões mais vulcânicas do mundo. E foi lá que fiquei fascinada por eles, com sua beleza e grandiosidade. Eu visitei três vulcões. Quer conhecê-los?

Vulcão Poás

Fica próximo da capital do país, San José, você pode fazer um bate-volta contratando um tour (80/100 dólares) ou pegar um ônibus (6 dólares ida e volta) que sai da cidade Alajuela (onde fica o aeroporto internacional) às 9h da manhã e retorna às 15h30. Eu, como adoro um modo super econômico, BBB, fui de transporte público e foi muito tranquilo, pois haviam praticamente turistas e alguns moradores da região no ônibus. Mas atenção, se você perder este ônibus terá que pegar um uber ou taxi para ir até o vulcão ou ainda tentar ir outro dia, pois há somente um horário de ônibus.

Em torno de 1h30 depois de muita subida e curvas chegamos ao Parque Nacional Vulcão Poás (entrada 15 dólares por pessoa). Para chegar à cratera do vulcão é preciso andar cerca de 2 km em uma estrada asfaltada, partir da entrada do Parque.

Quando cheguei, olhei para a cratera não vi nada além de nuvens, pois os gases do vulcão costumam encobrir a cratera. Ou seja, é uma questão de sorte. Mesmo assim, resolvi esperar as condições melhorarem, mas ao invés disso começou a chover e ventar muito.

Caminho até a cratera


Na cratera com chuva

Depois de esperar por quase 2 horas de baixo de chuva e frio, fui ao restaurante do Parque me aquecer. Então por volta das 13h o motorista perguntou se gostaríamos de retornar antes do horário combinado (14h30), já que não podíamos ver o vulcão. Eis que quando estávamos quase partindo, o inesperado acontece, o SOL aparece e todos saem correndo para ver a cratera do vulcão. E a gente se depara com essa linda e impressionante paisagem.

A cratera do vulcão

Nossa! Foi muito emocionante estar ali tão pertinho de algo tão grandioso e lindo. Mais que isso, foi mágico. Quando a gente menos espera a Costa Rica nos surpreende com momentos lindos como esse.

Minha primeira selfie com um vulcão

Curiosidades: O vulcão tem 2.708 metros de altura e sua cratera possui mais de 1,5 quilômetro de largura e 300 metros de profundidade. Ainda expele fumaça e contém um lago azul feito de água ácida.

#DicasVaiparaoMundo:

  1. Se agasalhe bem para visitar o vulcão, pois costuma fazer muito frio por lá.
  2. Se for de carro, vá bem cedo, pois dizem que a visibilidade é melhor.
  3. Fique hospedado no Centro de Alajuela para visitar o vulcão, assim você evita o intenso trânsito entre San José e Alajuela e otimiza seu tempo.

Vulcão Arenal

Foi paixão à primeira vista. Ele fica localizado numa cidadezinha chamada La Fortuna, super fofa, bem do jeito que eu gosto, tranquila, com restaurantes, umas lojinhas e um gigante ao fundo observando a cidade: o vulcão Arenal. La Fortuna fica a 120 km de San José, em torno de 5 horas de ônibus, que vai parando em todos os povoados que existem pelo caminho. O trajeto tem muitas curvas, num sobe e desce de montanhas sem fim e uma paisagem linda durante todo o percurso. A estrada não possui mão dupla, o que torna a viagem ainda mais lenta e perigosa. Mas se você não tem pressa e nem tanto dinheiro para gastar com o transfer, (50/60 dólares), vá de ônibus (8 dólares ida e volta) e curta a paisagem. O transfer pode ser contratado no seu hostel/hotel. E o ônibus para La Fortuna sai do Centro de San José.

La Fortuna é a cidade base para quem vai visitar o vulcão Arenal, onde você pode fazer muitas atividades de ecoturismo, como rafting, arvorismo, rappel, trilhas, passeios a cavalo, ou ainda relaxar com banho nas águas geladas das cachoeiras ou nas águas quentes das fontes termais vindas do vulcão.

Vista do vulcão Arenal da cidade de La Fortuna

Como o Arenal ainda é um vulcão ativo, não é possível chegar muito perto dele, mas no Parque Nacional do Vulcão Arenal é possível fazer trilhas de bike, à cavalo ou ir caminhando para apreciar a natureza em torno do vulcão.

Curiosidades: É dos poucos vulcões com um formato perfeito de cone e uns dos mais jovens da Costa Rica. Tem 1.633 metros de altura e possui duas crateras.

#DicasVaiparaoMundo:

  1. Fique hospedado no Centrinho de La Fortuna pelo menos duas noites, para desfrutar das atividades do entorno. Eu fiquei três noites, mas dá para ficar mais tempo dependendo do que você quiser fazer por lá.
  2. Pague uma diária para passar o dia relaxando nas águas termais nos resorts em torno do vulcão.
  3. Leve dois tênis, pois com certeza um você vai molhar.

Vulcão Cerro Chato

Esse fica ao lado do Arenal, porém é menor, e a sua cratera possui uma lagoa verde, onde é possível nadar. Calma, ele não é ativo, por isso é possível curtir a lagoa. Apesar de eu estar viajando sozinha, ter medo de altura e de água, encarei meus medos e fui viver essa experiência única.

Para chegar até a lagoa, é preciso fazer uma trilha na floresta, que dura em torno de 6 horas. Como não é seguro fazer trilha sozinha, contratei um tour (60 dólares) que incluía a trilha para o Chato, Arenal, Cachoeira e banho num rio de águas termais.

Visão aérea do vulcão Chato e do Arenal

A trilha rumo ao cume do Chato começa no Parque Nacional Vulcão Arenal. Lembra da chuva do Poás? Então… Ela me acompanhou durante toda a trilha no Chato, foram muitas subidas e descidas íngremes na floresta fechada, no meio da chuva e da lama. Mas foram todos esses obstáculos que nos faziam rir e ajudar quando alguém do grupo caía no meio da lama. Com certeza foi a trilha mais difícil que já fiz na vida e diversas vezes eu pensei que não conseguiria finalizar a caminhada com o grupo, mas os guias super atenciosos sempre estavam ao meu lado me ajudando a praticamente escalar aquela floresta.

Quando cheguei à lagoa verde, nem acreditei que tinha conseguido alcançar meu objetivo. Finalmente tinha chegado à cratera do vulcão. E lá estava ela encoberta de nuvens, mas infelizmente dessa vez não tínhamos muito tempo para esperar a visibilidade melhorar, então entrei na lagoa cheia de nuvens e debaixo de chuva. E foi incrível pensar que eu, que tenho medo de água e de altura estava dentro da cratera de um vulcão.

Criando coragem para seguir a trilha super íngreme


Na cratera do vulcão Cerro Chato

Depois de curtir a lagoa, subimos e descemos mais alguns quilômetros pela floresta e chegamos num bosque lindo onde é possível ver o Arenal e o Chato, um ao lado do outro. Olhando de longe, os vulcões parecem apenas duas montanhas, e eu olhava para elas e me perguntava: Como eu consegui subir aquela montanha? Eu estava me sentindo muito feliz por ter completado a trilha, que parecia impossível para mim, e o Chato me ensinou que por mais difícil que seja o caminho a gente precisa ter coragem para não desistir.

 

 

Em frente ao Arenal coberto de nuvens


Em frente ao Chato, feliz por terminar a trilha do vulcão

Ainda no parque, seguimos caminhando para visitar uma cachoeira muito linda. No caminho até a cachoeira havia algumas pontes suspensas muito altas que usamos para atravessar a floresta. Foi bem divertido, pois as pontes balançavam muito e pareciam que iam cair, mas elas eram bem seguras, ufa, ainda bem… rsrsrs

Ponte suspensa na floresta


Cachoeira do Parque Nacional do Vulcão Arenal

E para finalizar o tour com chave de ouro, fomos relaxar nas águas termais do vulcão Arenal. Os guias nos levaram num rio com quedas de águas quentes no meio da floresta, e como já estava escuro só era possível ver as outras pessoas que estavam lá com as lanternas que os guias usavam. Foi demais!

De volta a La Fortuna, ao final desse dia inesquecível só me restava comer um bom prato de casado (arroz com feijão e carne, prato típico do país, custa em torno de 7 dólares num restaurante BBB) e dormir como se não houvesse amanhã.

Curiosidades: O Chato é formado por um cone vulcânico e no seu topo tem uma lagoa verde com quase 19 metros de profundidade. Está inativo há cerca de 3.500 anos.

#DicasVaiparaoMundo:

  1. Durma bem na noite anterior da caminhada.
  2. Tome um café da manhã bem reforçado.
  3. Leve água e lanches leves para comer durante a trilha.
  4. Coloque na sua mochila repelente, protetor solar, capa de chuva e toalha pequena.

Voltei da Costa Rica completamente encantada por vulcões, já pensando qual seria o próximo que iria conhecer. Acreditem, isso vicia. Os vulcões me ensinaram que ter coragem, força e esperança, são elementos essenciais para seguirmos em frente e nos surpreendermos com o melhor que o mundo e a vida tem a oferecer. Pura Vida!

#DicasVaiparaoMundo:

Alugue um carro (a partir de 15 dólares a diária): Se você gosta de dirigir alugue um carro, dessa forma você poderá conhecer melhor o país parando nas cidades que achar bacana pelo caminho. Além de ser mais econômico do que pagar um tour, e mais confortável e rápido do que um ônibus.

Cias áreas: Existem boas opções de voos nas cias ( Avianca, Copa Airlines, United Airlines, American Airlines, Latam) que fazem o trajeto Brasil – San José, a partir de R$ 2 mil.

Ônibus: não existem rodoviárias na Costa Rica, e sim terminais de ônibus. Ao chegar no aeroporto procure o Centro de Informações Turísticas e pegue um guia da Costa Rica e dos ônibus, pois eles alteram os horários e os locais de embarques com uma certa frequência.

San José: muito segura durante o dia, com muitos policiais pelas ruas, mas a noite nem pense em caminhar pelo Centro da cidade. Escazu e San Pedro são as melhores regiões e mais seguras para se hospedar, onde ficam os melhores hotéis e restaurantes.

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Carol Risueño
Carol Risueño

Viaja sozinha com uma mochila nas costas, com a inquietação de descobrir pessoas, culturas e lugares diferentes. É curiosa, quer sempre saber o que tem do outro lado, adora o desconhecido e desafiar seus medos. Ama natureza, praia, cultura e uma boa aventura. Monet, pintor impressionista francês, é seu grande ídolo. Relações Públicas, gaúcha, pisciana. Acredita que viajar torna as pessoas melhores e mais felizes.

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