Depois de anos tentando aprender inglês em vários cursinhos no Brasil e sem grandes evoluções, decidi que era a hora de investir num intercâmbio de inglês para tentar destravar a língua. Então comecei a pesquisar sobre as infinitas possibilidades de intercâmbios. Comecei falando com amigos, peguei dicas de agências, escolas, países, cidades, atrativos e valores. E depois parti para a busca das agências de intercâmbio, que oferecem diversas opções de intercâmbios em quase todos os lugares do mundo, para todas as idades e bolsos.
Para me auxiliar nessa busca, a agência considerou os meus principais objetivos e necessidades para fazer o intercâmbio: aprender inglês; conciliar os estudos e o lazer, afinal eram as minhas férias; meu orçamento, que era bem restrito; e minha vontade de ir para a Europa. Então decidi ir para Londres, que é um dos destinos mais caros para se fazer intercâmbio, mas eu queria muito ir para a Europa encontrar meus amigos que moram lá e ter a experiência de vivenciar durante 30 dias uma cidade desse continente que eu amo tanto. Ai, você pode me perguntar: “Mas não existem outras opções na Europa?” Sim, existem. Eu avaliei propostas na Irlanda, Escócia, Malta e cidades do interior da Inglaterra, todas essas opções eram bem melhores financeiramente falando, porém eu só podia ir no inverno e eu detesto o frio, e além disso eu sou uma pessoa que me entedio facilmente, então a agência me sugeriu Londres, por ser uma cidade com muitas atrações em qualquer época do ano, e realmente foi a melhor escolha.
Depois de decidir a cidade, precisava escolher a escola e a hospedagem, e acabei optando pela opção BBB (Bom, Bonito e Barato). Escolhi uma escola que um amigo tinha estudado e que o preço era mais acessível, comparando com outros lugares. A escola oferecia diversas opções de cursos para todos os níveis, e o material didático utilizado em sala de aula era de Cambridge (uma das universidades mais renomadas do mundo), além disso verifiquei que ela era certificada pela British Council (entidade do governo britânico que certifica as escolas).
A escola oferecia também opções de hospedagem, como casa de família, casa de estudante, quartos e apartamentos. Além dessas opções, pesquisei hostel e hotel no Booking, e apartamentos e quartos para alugar no Airbnb. E avaliei que o melhor custo benefício para mim, seria dividir um quarto na casa de estudantes da escola. Considerei o preço, a localização e a minha liberdade de poder entrar e sair a hora que eu quisesse da casa.
Como eu tenho passaporte europeu, não precisei fazer nenhum visto e nem correr atrás de nenhuma documentação para poder estudar em Londres, mas a agência, orienta e ajuda os estudantes com todos os documentos e vistos necessários, além de esclarecer dúvidas, sobre a moeda, melhores locais para se hospedar, imigração, costumes locais, enfim tudo o que o estudante precisa para fazer o intercâmbio.
#DicasVaiparaoMundo:
Antes de começar as aulas, a escola envia um teste de nivelamento online, e no primeiro dia eles montam as aulas conforme o seu nível, tempo de permanência no curso, e quantidade de aulas contratadas. Além disso, a cada 4 semanas a escola aplica um teste de nivelamento, que possibilita ao aluno mudar de nível, caso esteja apto para isso.
Eu estudava na escola de segunda a sexta-feira, das 8h45 às 14h. Pela manhã eu tinha aula com o conteúdo do livro, às 12h eu fazia aulas extras que a escola oferecia gratuitamente, sobre como fazer currículo, como se preparar para uma entrevista de emprego, e outra de pronuncia. E às 13h eu tinha aula de conversação.
As aulas eram bem puxadas e cansativas, pois eu ficava na escola praticamente 5h por dia só estudando, mas eu não via o tempo passar, pois os professores eram muito bons e super didáticos, tornando a aula leve e divertida.
A escola também oferecia várias atividades gratuitas para o entretenimento e integração dos alunos, como passeios guiados pelos principais pontos turísticos da cidade, sessão de cinema na escola, festas e happy hours em pubs. Eu acabei não conseguindo aproveitar nenhuma dessas atividades, porque nos dias que eu havia me programado para participar das caminhadas pela cidade, nevou muito e a escola acabou cancelando a atividade por questões de segurança. Porém vários colegas que estavam há mais tempo na escola, me recomendaram fazer essas atividades de integração para praticar inglês e conhecer pessoas.
Além das aulas, eu tentava estudar em casa pelo menos umas 3 vezes por semana, para absorver o que eu havia aprendido na escola. A minha técnica era bater foto de tudo o que o professor havia escrito no quadro e copiar para o caderno, e fazer os exercícios do livro.
Algumas pessoas já me perguntaram: “Mas vocês só falavam em inglês na sala de aula? Como você entendia?” Sim, os professores e os alunos só falam inglês, e eu conseguia entender quase tudo o que eles falavam, porque os professores utilizam um vocabulário adequado para o nível de inglês da turma e explicam de uma forma que você consegue entender, e quando você não entende, eles usam sinônimos, fazem mimica, desenham, colocam imagens no google, até você entender o que eles estão falando.
Apesar de eu ter feito vários cursos de inglês no Brasil, eu cheguei em Londres com um inglês bem básico, só me comunicando para coisas essenciais. Os primeiros dias foram apavorantes, não entendia nada do que as pessoas falavam na rua, lembro que as primeiras vezes que fui ao supermercado, não conseguia entender a simples pergunta: “Do you need a bag?”, que significa: “Você precisa de sacola?”, não entendia, porque eles falavam muito rápido e porque a pronuncia britânica é bem diferente da americana (ensinada no Brasil). Também tinha bastante dificuldade de formular frases, usar o tempo verbal, demorava para traduzir o que as pessoas falavam e o que eu queria falar, esquecia metade das palavras, enfim eu era um desastre.
E depois de alguns dias, como em um passe de mágica, eu comecei a pensar menos para falar e entender o que as pessoas diziam, passei a usar os tempos verbais ao formular as frases, as conversas e a interação com as pessoas fluíam melhor, e eu comecei a pensar em inglês, sem traduzir pra o português. Ai você pode estar se perguntando: “Você saiu falando inglês em 4 semanas?” Não gente, calma, eu tenho muita dificuldade em aprender a língua, mas a minha evolução em 4 semanas, foi muito mais que a vida inteira, simplesmente porque tudo o que eu aprendia na sala de aula eu praticava na rua. Posso resumir dizendo que cheguei em Londres odiando inglês e sai de lá amando estudar inglês, e que a minha comunicação em inglês melhorou 100%. O ideal seria ficar lá de 6 meses a 1 ano, para me tornar fluente, mas 4 semanas foram suficientes para destravar a língua e melhorar a minha comunicação.
#DicasVaiparaoMundo:
Lembro que quando eu estava definindo o destino, fiquei na dúvida se ia para uma cidade no interior da Inglaterra ou para Londres, e as pessoas me diziam: “Carol, vai para Londres, essa cidade é a tua cara.” E realmente é, e senti isso no dia que cheguei naquela cidade cheia de trânsito, vida, natureza, história, cultura, pubs e pessoas do mundo todo, e foi essa mistura de coisas e sentimentos que essa cidade desperta, que me fez me apaixonar por Londres.
E eu vivi Londres intensamente durante 4 semanas, tentando conciliar os estudos com os passeios pela cidade, mas confesso que foi bem difícil manter esse equilíbrio, porque sobrava pouco tempo para curtir a cidade, e eu queria viver tudo o que ela podia me oferecer.
Na primeira semana, para me ambientar melhor na cidade optei em conhecer os lugares no entorno da minha escola (Zona 1: Holborn, Oxford Street, Covent Garden, Soho) e da minha casa (Zona 2: Kentish Town e Camden Town).
Nas outras semanas, já mais ambientada com a minha nova rotina, aproveitei o tempo livre para conhecer alguns pontos turísticos como: Notting Hill (bairro que ficou famoso pelo filme com a Julia Roberts e o Hugh Grant), Abbey Road (a rua de Londres que é capa de um dos álbuns dos ‘The Beatles’), London Eye (roda-gigante, que tem uma linda vista da cidade), Westminster (bairro onde fica o Parliament, Big Ben, Buckingham Palace, etc), Hyde Park (parque real no Centro da cidade), Tower Bridge (a ponte mais famosa de Londres), Tower of London (um castelo que conta a história de Londres e tem as joias da Coroa), Shakespeare Globe Theatre (réplica do teatro de Shakespeare), entre outros lugares bacanas.
E no final de semana, priorizei conhecer alguns lugares que exigiam mais tempo de deslocamento, como: Greenwich (bairro ao sul de Londres, que tem a linha do meridiano), Cambridge (cidade universitária a 80km de Londres) e Liverpool (cidade dos ‘The Beatles’, localizada no noroeste da Inglaterra).
Também aproveitei para fazer alguns ‘free walking tour’, pois queria conhecer melhor a história da cidade. Eu fiz um no Soho com a Strawberry e outro nas principais atrações de Londres com a New Europe, nos sites deles tem várias opções de tours e horários. ‘Mas o que são esses tours, Carol?’ Essas empresas fazem diversos passeios guiados pela cidade, e os guias, que são voluntários, contam a história e curiosidades sobre os lugares, sempre de uma forma bem divertida. E ao final do passeio os turistas podem dar uma contribuição voluntária pelo trabalho do guia. Normalmente eles oferecem os tours em inglês ou em espanhol e para participar e só chegar uns minutos antes no ponto de encontro indicado no site.
Além disso, sempre que eu podia eu caminhava pelas ruas de Londres sem destino certo e descia nas estações ou ponto do ônibus antes do meu destino final e descobria um lugar diferente e lindo, que não está em nenhum roteiro turístico. Também adorava entrar nos pubs espalhados pela cidade (Londres tem um em cada esquina, literalmente) para beber um vinho e fazer novos amigos, tudo para praticar inglês.
Só posso dizer a minha experiência em Londres, foi única, inesquecível e incrível, que o tempo passou voando, que não consegui visitar metade dos lugares que eu tinha planejado, e que quando me dei conta já estava na hora de voltar para casa.
Além de destravar a língua inglesa, aprendi que os ingleses são pessoas felizes, amáveis, solidárias e educadas, bem ao contrário do que as pessoas sempre me falavam deles. Que pessoas de culturas completamente diferentes podem conviver de forma harmoniosa no mesmo ambiente desde que elas se respeitem e tenham o mesmo objetivo.
Para mim viajar e viajar sozinha, é uma terapia, um exercício de autoconhecimento, uma oportunidade de aprender com a cultura do outro, de observar as pessoas e levar para casa o melhor delas.
#DicasVaiparaoMundo:
Dicas muito úteis para quem quer fazer um intercâmbio de férias. Estudei 30 dias em Boston em 2014 e poderia ter aproveitado mais com essas dicas, como estudar e dominar a gramática antes da viagem para concentrar na comunicação, visto o pouco tempo. Londres é D+ e com opções para todos os perfis e gostos, adorei as fotos e sugestões, tenho planejado retornar, quem sabe para estudar tb. Super bjo
Que bacana Solange! Ficamos felizes que você tenha gostado das dicas. Legal a sua experiência em Boston, com certeza estudar antes, faz toda a diferença no intercâmbio. Londres é d+ mesmo, quem sabe você não vai para lá fazer outro intercâmbio, tenho certeza que vai adorar como eu. 🙂
Ótima matéria! Linda viagem! Gostei muito!
Que ótimo Luiz! Ficamos felizes em poder compartilhar nossas experiências. 🙂 #partiuLondres
Ótimo relato feito pela Carol, contendo dicas valiosas para os que querem realizar um intercâmbio em Londres!
Que bom que você gostou Ana. 🙂 #partiuLondres
Muito legal seu relato, obrigado por compartilhar.
Poderia dizer a escola e a agência? Obrigado
Olá André! Ficamos felizes que tenha gostado das nossas dicas ;). A agência foi a World Study (www.worldstudy.com.br) e a escola a The English Studio (https://englishstudio.com/), se preferir pode fechar o pacote direto com a Escola, as vezes é um pouco mais barato. Quando eu fui, tinha um funcionário que atendia na escola que era brasileiro o que facilitou a minha vida, em algumas negociações. 🙂