Uma das minhas grandes paixões é história, especialmente história antiga e medieval. Por isso, quando penso no próximo destino de uma viagem, meus olhos brilham ao me imaginar em algum lugar com cultura e história diferentes. Sou daquelas que compra guias e que estuda a história de cada pedacinho da cidade antes de ir. Saber o que aconteceu ali, e como se formaram aquele povo e seus costumes me encanta.
Por isso Istambul, e a Turquia toda, sempre me atraíram. Só de pensar em estar naquela cidade, a antiga Constantinopla, que já foi praticamente a “capital do mundo”, ficava ansiosíssima.
Saber que uma decisão do povo que a dominava (de fechar a rota comercial para a Ásia), fez com que os países europeus desenvolvessem as navegações e, consequentemente, “descobrissem” a América, é sensacional! Eu PRE-CI-SA-VA conhecer esse lugar. E que bom que a Gabi e a Amanda também sentiam essa mesma vontade. 🙂
Vamos dar aqui algumas dicas de experiências e lugares incríveis para visitar na hoje moderna e dinâmica Istambul. Mas, para você entender porque essa cidade é tão diferente, uma verdadeira mistura étnica e cultural, e aproveitar melhor cada lugar, é preciso entender um pouquinho da sua história. Em cada fase desta história, novos palácios, mesquitas, igrejas, e muito mais, surgem para encantar!
Mas como Istambul é um lugar que não dá para aproveitar em pouco tempo, também não caberia em um post apenas. Por isso, vamos dividir as dicas em duas partes, assim como foi a história da cidade.
Vamos lá…
A ORIGEM
Antes de ser “oficialmente fundada” como Constantinopla, Istambul foi uma importante cidade-estado grega, conhecida como Bizâncio (devido ao colonizador grego Bizas, que liderou a expedição que deu início ao povoado em 667 a.C.). Conquistada pelo Império Romano, em 64 a.C., foi devastada pelos próprios romanos em 195 a.C. na disputa entre rivais pelo trono imperial.
Em 324 d.C., Constantino torna-se o único governante do Império Romano e muda a capital do império de Roma para Bizâncio, que apesar de ser oficialmente batizada como “Nova Roma”, ficou popularmente conhecida como Constantinopla.
Após a morte de Constantino, em 337, o Império Romano passou por um processo de divisão, unificação e divisão novamente. Na época de Justiniano o Império chegou a ser reunificado e posteriormente se separou definitivamente.
CONSTANTINOPLA – Capital do Império Romano do Oriente
Após a separação dos impérios, Constantinopla passou a ser conhecida como capital do Império Romano do oriente, chamado então de Império Bizantino, devido às origens de sua capital. Por quase mil anos, foi a cidade mais rica do mundo cristão. Entre diversos palácios e igrejas, a cidade irradiava poder através de seus três grandes “marcos”: o Hipódromo, que comportava até 100 mil pessoas e hoje é um jardim público; o Grande Palácio (grandioso complexo de prédios sem igual na Europa, dos quais hoje restam apenas ruínas da muralha do Palácio Bucoleone, de frente para o mar); e, finalmente, a nossa primeira #DicaVaiparaoMundo, a Basílica de Santa Sofia.
BASÍLICA DE SANTA SOFIA: também conhecida como Ayasofya, ou Igreja da Sabedoria Sagrada, com mais de 1.400 anos, é uma das maiores realizações arquitetônicas do mundo. Construída sobre duas igrejas, seu interior foi projetado para ser um reflexo do céu na terra, devido a sua imensa amplitude com o domo que atinge 55 metros.
No século XV, os otomanos a transformaram em mesquita, incluindo minaretes, túmulos, fontes, além de símbolos mulçumanos junto aos mosaicos cristãos. Desde 1935, a Santa Sofia é um museu que, além da sua própria arquitetura (que já é em si uma obra de arte) abriga mosaicos figurativos bizantinos no século IX entre outros exemplos de tesouros e relíquias históricas.
A visitação pode ser feita todos os dias das 9h às 17h (se estendendo até às 19h no verão) e custa 40 liras turcas. Vale a pena conhecer e ver no mesmo lugar a fé cristã e muçulmana convivendo lado a lado.
Mais informações sobre as visitas clique aqui.
Outra obra sensacional do período bizantino e que também é outra #DicaVaiparaoMundo é a:
CISTERNA DA BASÍLICA: é incrível pensar que no ano de 532 a engenharia projetava e construía uma imensa cisterna subterrânea, para atender à necessidade de crescimento do Grande Palácio. Localizada ao lado da Santa Sofia e da Mesquita Azul, este reservatório cavernoso tinha originalmente uma área de 9.800 m² (hoje apenas dois terços são visíveis) e comportava 100 milhões de litros de água, que vinham da floresta Belgrado, 20 km ao norte de Istambul, através do Arqueduto de Valens. Sua cobertura é sustentada por 336 colunas com mais de 8 metros de altura.
Você pode caminhar pelas passarelas, entre as colunas, ao som de música erudita e água gotejando. Não deixe de procurar a coluna com a cara da medusa entalhada. A visitação é feita das 9h às 17:30. Clique aqui para mais informações.
ALERTA! Na entrada você ficará tentado a tirar aquelas fotos com roupas típicas turcas…. nós tiramos, mas não achamos que valeu a pena. E ninguém viu aquela foto. Proibida! 🙂
Já ficou com vontade de estar passeando por lá?? Então espera só pra ver quanta coisa legal ainda tem pra ver no segundo post… Vem com a gente conhecer a Istambul após a conquista dos otomanos e até os dias de hoje. Leia a Parte 2.