Já comentei no post sobre Dubrovnik (se não leu ainda, corre lá!), o quanto nos apaixonamos pela Croácia. E em Hvar não foi diferente.
Para chegar na famosa ilha, alugamos um carro em Dubrovnik e seguimos em direção a Split, onde atravessamos de ferry para Hvar. Você também pode ir de barco direto de Dubrovnik, a viagem em barco rápido dura em torno de 3 horas.
De carro, você pode chegar a Hvar de duas maneiras: através do porto de Drvernik, ou através do porto de Split.
Dá pra ver pelo mapa que apesar de o caminho por Drvernik ser 100km mais curto, leva apenas 20 minutos a menos. Isso acontece porque os 70 km já dentro da ilha de Hvar são de uma estrada bem estreita e cheia de curvas, uma via para ir e outra para voltar.
Como nossa terceira parada seria Split, optamos por ir até lá, deixar o carro em um estacionamento na cidade e atravessar com o Catamaram (barco rápido, só de passageiros, que nos deixaria direto na cidade principal de Hvar, onde nos hospedaríamos). A viagem levaria uma hora.
A estrada até Split é uma atração por si só. Paisagens lindas, intercalando o mar azul e montanhas de rocha pura, além de uma passagem de 10 minutos pela Bósnia (vale dar check in?? Heheh).
No percurso, paramos para almoçar numa pequena cidade chamada Ston, cuja grande atação é uma muralha de 7 km (considerada a segunda maior muralha do mundo, perdendo apenas para a da China). Não tivemos tempo de subir, mas a cidade é uma graça, e para quem curte corridas, tem uma feita na muralha (essa é para os fortes!).
E por falar em tempo, nesse dia cometemos um erro primário: não verificamos os horários do Catamaram de Split para Hvar. Quando chegamos no porto de Split, descobrimos que o último tinha acabado de partir, às 17:30. Nos restava então a opção do Ferry, que partiria às 20:30.
O Ferry, além de ser mais lento (leva em torno de 2 horas), não para na cidade de Hvar, mas no porto de Stari Grad (a 20 km da cidade). Então optamos por levar o carro. O que no fim acabou compensando, pois o usamos para vários passeios dentro da ilha.
#DicaVaiparaoMundo: verifique os horários de ferrys e catamarans AQUI.
Estas três horas esperando no porto de Split nos renderam belas imagem do por-do-sol, antes de embarcar no ferry. O percurso de 2 horas até Stari Grad custa 318 kunas o carro, e mais 47 kunas por pessoa. Total para um carro e 4 pessoas em torno de 68 euros.
Segue então as principias dicas e o que achamos imperdível em Hvar:
A ilha é bem grande, e você encontrará locais para se hospedar em várias praias. Mas o bom mesmo é ficar o mais perto possível do centrinho da cidade de Hvar (que tem o mesmo nome da ilha). Há hotéis ou apartamentos para alugar que cabem em todos os bolsos. E ali você poderá fazer tudo a pé, restaurantes, lojas, baladas, e também a saída dos passeios de barco ou do catamaram.
Nós ficamos no Hostel Villa Zorana, que recomendo muito. Apesar do nome “hostel”, tem várias opções de quartos privados, inclusive o apartamento que ficamos, que tinha 2 quartos, banheiro e cozinha. Sem contar com a sacada e a vista sensacional para o mar.
O hostel fica perto do Mosteiro Franciscano, tem uma prainha fofa do lado e é aberto à visistação. Íamos a pés para o “centrinho” em 10 minutos, pela beira do mar. Realmente um baita custo-benefício.
No centrinho é onde chegam os catamarans vindos do continente ou de outras ilhas, onde os barcos para passeio saem e onde ficam ancorados iates e veleiros enormes. Na frente deste verdadeiro estacionamento de barcos, há um calçadão com vários restaurantes e baladinhas.
Curiosidade: tivemos a oportunidade de estar em Hvar durante a Yacht Week, que é um evento famoso que acontece em vários lugares do mundo, onde vários veleiros percorrem ilhas e praias, parando e fazendo festas nos locais. Você pode juntar uma turma e “alugar” um dos barcos para participar, ou até mesmo encontrar uma “vaga” em algum deles com gente do mundo todo. A festa corre solta… dia e noite. Para saber mais, clica aqui em Yacht Week.
Caminhando pela ruelas ao lado da praça da Catedral de Santo Estevão, onde também está a Torre do Relógio e o Palácio Hktorovic, você vai encontrar um monte de restaurantes, bares simpáticos e lojinhas. Seguindo pelo calçadão, pela beira do mar, há mais pubs que viram baladas animadas quando anoitece.
Falando em balada, Hvar é conhecida por ter uma vida noturna bem agitada. Além dos bares e pubs, tem dois locais que são imperdíveis para quem gosta do agito.
Hula Hula Beach Bar: considerado o melhor lugar para assistir o belíssimo por-do-sol de Hvar. Mas prepare-se para o agito! Até umas, 18h, o clima é mais tranquilo, com o pessoal curtindo o sol e tomando um drink. Conforme vai ficando mais tarde, a intensidade de festa vai aumentando, com muita música eletrônica rolando e a pista enchendo.
Gostando ou não de agitação, com certeza o visual na hora do por-do-sol é incrível. Vale a pena conferir. Para chegar lá a partir do centro, basta caminhar seguindo a beira do mar em direção contrária à praça principal.
Carpe Diem: depois que o sol se for, hora de pensar na noitada. Não se assuste, a balada mesmo na Croácia começa bem tarde, depois da meia noite. E em Hvar, com certeza o ponto mais procurador é o Carpe Diem. A casa tem um bar/restaurante no calçadão de onde partem os catamarans. Mas o mais legal é o seu Beach Bar, que fica numa ilha em frente à cidade.
Durante o dia, funciona como Beach Bar, mas à noite, a ilha ferve numa balada com música eletrônica e performances de bailarinos e afins. Para ir até lá, eles têm um barco que sai da frente do bar do calçadão. Cada noite, a festa tem um tema (como a White Party) e você encontrará “promoters” por toda a ilha, oferecendo as pulseirinhas que dão desconto na entrada (que custa em torno de 150 kunas).
Mesmo se você não é um grande fã de música eletrônica, como eu, vale a pena ir pelo menos numa noite. O lugar é lindo, pessoas bonitas e muita animação. Mas prepare seu bolso, pois as bebidas não são muito baratas. Um drink custa em torno de 80 kunas (10 euros) e uma cerveja 48 kunas (6 euros).
Impossível ir a Hvar e não fazer um passeio pelas praias das ilhas vizinhas. Tem várias opções, desde alugar seu próprio barco, pegar um taxi boat até as ilhas mais próximas, ou fazer o passeio mais longo, que inclui as maravilhosas Green e Blue Cave, e as ilhas Vis e Plakeni.
Nós fizemos o passeio longo, que durou em torno de 7 horas. Os preços desses passeios variam entre 400 e 500 kunas (50 a 60 euros) – vale negociar um desconto – e as lanchas têm capacidade para até 10 pessoas. As saídas são entre 9 e 11 horas e, dependendo das condições do mar pode incluir a Gruta Azul ou não. Nós demos sorte, pois o mar melhorou apenas no dia em que marcamos a saída.
Veja nosso roteiro:
Paramos primeiro para um mergulho numa enseada chamada de Green Lagoon (1). A água é super cristalina e um pouco gelada, mas rende ótimas fotos! Seguimos para a Green Cave (2), uma gruta com duas entradas, que tem um “buraco” no teto (dizem ter sido feito durante a guerra), por onde entra um feixe de luz que deixa o cenário de águas verde esmeralda mais lindo ainda. Pra quem gosta de adrenalina, dá para pular de cima da entrada da gruta. Eu fiz e, apesar do medo na hora e da caída meio de lado que me deixou doída, valeu muito a pena!
A próxima parada foi a deslumbrante praia Stivina (3), que originalmente era um gruta, cujo teto despencou. Os barcos param na entrada, e você tem que nadar para chegar até a praia, mas é bem tranquilo. Pena que ficamos pouco tempo lá, pois a paisagem é incrível mesmo.
#DicaVaiparaoMundo: todas as praias que estivemos têm pedra, em vez de areia. Entao recomendamos muito comprar as sapatilhas de neopreme, como sola de borracha. Senão, fica praticamente impossível caminhar. As barraquinhas perto do píer vendem por cerca de 50 kunas (em torno de 6 euros). Foi o melhor investimento que fiz, pois ainda estou usando no Brasil e vai comigo pra Ásia enfrentar corais e pedras.
Partimos então para a famosa Blue Cave (4). Ela fica em outra ilha, chamada Bisevo. Você para numa espécie de “ponto de apoio”, onde tem lanchonete e banheiros, e paga a taxa de visitação da caverna (40 kunas). Dali saem os barquinhos (menores) que conseguem passar pela entrada da gruta (onde precisamos inclusive abaixar a cabeça).
Não é permitido nadar na Blue Cave porque o lugar é pequeno e muitos barcos entram e saem o tempo inteiro. Os barcos também não ficam muito tempo lá dentro, só dá uma volta e sai. Mas com certeza vale cada centavo! A luz do sol entra por um buraco na pedra, bem no fundo, refletindo o branco da areia e das pedras, deixando tudo azul. É quase impossível registrar em foto a beleza real do lugar.
Antes de parar para o almoço (aliás, leve algum lanchinho, pois pode demorar para chegar no local do almoço, dependendo do roteiro que for feito), entramos num bunker para submarinos (5), feito na II Guerra. A ilha de Vis foi uma base militar dos aliados durante a guerra. As marcas daquele período estão por todo lado. Além do bunker, vimos abrigos militares nas rochas, e até marcas de tiros de canhão feitas por treinamentos.
Paramos para almoçar numa praia perto do bunker e seguimos para a última parada, já bem próximo de Hvar, nas ilhas Plakeni. Palmizana Beach (6) é um local super badalado, com vários “beach bars”. Ali curtimos o início do por-do-sol com um cenário incrível (e uma cervejinha para refrescar).
Apesar de todos os lugares incríveis, achamos que nosso passeio poderia ter ficado mais tempo em alguns deles. Sugiro que você negocie com o skipper as paradas antes de sair. Assim poderá curtir de verdade cada paraíso.
Dá uma olhada no vídeo abaixo para ver um pedacinho desse dia incrível.
A Ilha de Hvar também tem praias incríveis. Estivemos em Dubovica e Milna (as duas bem perto da cidade (no máximo 10 km). Para chegar até elas, você vai precisar de um carro (ou alugar um motinho). Em Dubovica, é preciso estacionar na beira da estrada e descer todo o morro a pé. Não é uma trilha difícil, mas cansativa pela altura e o calor. Mas a praia e o visual merecem o esforço.
Milna já é mais urbana, com restaurantes e hotel, e pode chegar com o carro direto. Você pode alugar uma cadeira e um guarda-sol por ali e relaxar nas águas calmas e recarregar as energias para mais uma noitada.
Há mais praias na ilha e no entorno. Se puder ficar mais um dias, aproveite e descubra cada cantinho desse verdadeiro paraíso no mar Adriático. Difícil é pegar o ferry para ir embora. Ainda mais com um por-do-sol destes no trajeto…