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Viajar para a África do Sul foi uma ótima surpresa da vida. Quando decidi ir para lá, queria apenas praticar inglês em um lugar que tivesse praia e fosse quente no mês de fevereiro. E o que encontrei foi um país cheio de belezas naturais. Com montanhas, praias, savanas, animais selvagens, pores do sol lindos, cidades estruturadas, cheia de arte, cultura e atrações para os turistas.

A história do aparthaid, onde pessoas brancas e negras eram proibidas de frequentarem os mesmos lugares, é impressionante. O país durante muitos anos lutou pela sua liberdade e diariamente luta pela igualdade racial. E é fácil encontrar lugares que são predominante ocupados por pessoas brancas e outros por pessoas negras, apesar do fim do aparthaid.

Como tinha um mês de férias, aproveitei para vivenciar a cultura do país, convivi com pessoas locais, fiz trabalho voluntário, conheci lugares e pessoas incríveis. E vou contar nesse post um pouquinho dessa experiência da cidade que conquistou meu coração na África do Sul: Cape Town (Cidade do Cabo). É uma cidade linda, que surpreende com as suas belezas naturais, atrações e organização. É a minha cidade preferida na África do Sul e tá na lista das minhas cidades preferidas no mundo. E a cidade já foi considerada pela revista Forbes, uma das cidades mais bonitas do mundo.

Cape Town (Cidade do Cabo)

É a capital legislativa do país e a segunda mais populosa, com quase 4 milhões de habitantes, ficando atrás apenas de Joanesburgo. O Parlamento Nacional e muitos escritórios do governo ficam em Cape Town. Como a cidade tem muitas atrações legais, o ideal é ficar por lá pelo menos uns 5 dias. Fiz um roteiro para você aproveitar bem esses dias nessa cidade surpreendente. Confere aí. 😉

Dia 1 – Jardim Botânico e Table Mountain

Table Mountain: é uma montanha em formato de mesa que pode ser vista de qualquer ponto da cidade. É o principal ponto turístico de Cape Town e é considerada uma das 7 maravilhas naturais do mundo. Se possível visite o Jardim Botânico pela manhã e à tarde curta o pôr do sol de cima da montanha, é inesquecível.

É possível subir a montanha de teleférico, que custa R330 (Rand é a moeda local) ida e volta (em torno de 100 reais). E se chegar depois das 13h, o valor baixa para R290. Se preferir ir caminhando, existem diversas trilhas para chegar lá. A trilha que sai do Jardim Botânico e a trilha que fica próximo ao teleférico, são as mais conhecidas.

Lá de cima você tem uma sensação de estar no céu olhado uma paisagem deslumbrante com uma visão 360º da cidade.

Eu subi e desci a montanha de teleférico, pois não era seguro fazer a trilha sozinha.

Dicas VPM

  • No primeiro dia de sol sem nuvens e pouco vento, vá conhecer a Table Mountain. Venta muito por lá e as nuvens dificultam a visibilidade. E quando isso acontece, a montanha é fechada para visitação. É bom olhar o site para conferir se está aberta antes de ir.
  • Para evitar filas compre seu ingresso antecipadamente pelo site.
  • De hora em hora, das 9h às 15h é possível fazer uma caminhada guiada gratuita em cima da montanha, o ponto de encontro é próximo a cafeteria. Não precisa agendar, é só chegar no ponto de encontro.
  • Leve um casaco! Venta muito lá em cima, você vai sentir frio.
  • Em cima da montanha tem cafeteria, banheiros, wifi e loja para comprar uma lembrancinha.

Dia 2 – Waterfront e Signal Hill

Robben Island Museum: é a ilha onde o Nelson Mandela, primeiro presidente sul africano, ficou preso por mais de 20 anos durante o apartheid. Os passeios saem diariamente, às 9h, 11h, 13h, 15h da Waterfront e custam R360 por pessoa. E duram em média 4h. Compre seu ingresso com antecedência pelo site, pois eles esgotam rápido.

Acabei não fazendo o passeio, pois não consegui ingressos para os dias que eu tinha disponível. Mas todas as pessoas que foram, me falaram que é imperdível.

V&A Waterfront: é um complexo de entretenimento para o turista com hotéis, lojas, restaurantes, bares, feira de artesanato, museus, aquário, roda gigante, mercado com comidas e bebidas, passeios de barco, apresentações culturais. Dá para passar o dia aproveitando todas as atrações do lugar, a Waterfront além de ser um ponto turístico bonito e interessante, tem uma linda vista da Table Mountain, cartão postal da cidade. Eu fui algumas vezes lá, para almoçar, jantar e passear, pois estava hospedada bem perto.

Victoria Wharf Shopping Centre: na frente da Waterfront, tem um shopping bem bonito com lojas de marcas nacionais e internacionais, bares e restaurantes. É um ótimo lugar para quem adora fazer uma comprinha.

Signal Hill: é uma montanha em frente a Table Mountain e ao lado da Lion’s Head (outra montanha), perfeita para terminar o dia vendo o pôr do sol, com uma linda vista da cidade, praias e é claro da Table Mountain. E durante o dia além de apreciar a paisagem, dá para fazer voos de paragliding. O acesso a montanha pode ser feito de carro e a entrada é gratuita. As pessoas costumam fazer um piquenique, com petiscos e vinhos enquanto esperam o pôr do sol. Aproveite para fazer o seu também 😉

Dia 3 – Caminhada pelas praias

Green Point: é o bairro mais próximo da Waterfront e onde fica o estádio utilizado nos jogos da Copa do Mundo de 2010. É um lugar legal para caminhar pela orla da praia e ir conhecendo a região. Infelizmente como a praia tem muita pedra, não é possível aproveitar a beira da praia, mas a paisagem é linda.

Na orla você vai encontrar Green Point Lighthouse, o farol mais antigo da África do Sul. Dentro do farol tem um pequeno museu e dá para subir até o topo para visualizar a vista de toda a orla.

E na frente do farol fica o Green Point Park. É um parque bem bonito, com um lago com vista para um campo de golfe e o estádio de futebol, parquinho para as crianças e espaços para fazer piqueniques.

Sea Point: é a praia ao lado de Green Point, dá para ir caminhando pela orla de uma praia a outra. Essa praia tem uma piscina pública no calçadão da orla, é só pagar um valor pela diária da piscina. Em alguns trechos da praia, onde tem faixa de areia é possível aproveitar a praia. Eu particularmente não achei a praia muito limpa, mas vi pessoas pegando um sol na areia. Na Regent Road (rua paralela a orla), tem vários restaurantes, bares, hotéis, supermercados e lojas. Recomendo uma parada no Mojo Market, que é um mercado com comidas, bebidas, artesanato da região bem descolado.

Clifton: é uma das praias mais bonitas de Cape Town, na minha opinião. Ela é dívida em 4 praias, devido aos seus diferentes acessos. A praia tem alguns mirantes na rodovia, com uma vista de tirar o folego. Para chegar na praia, basta descer as escadas da rodovia até a beira da praia, que tem bem menos vento que as outras do entorno, devido as suas falésias. E da praia dá para ver os prédios e casas que fazem parte do metro quadrado mais caro da cidade, construídos em cima das falésias. Realmente eles devem ter uma vista privilegiada, é muito lindo por lá.

Camps Bay: é uma praia badalada do lado de Clifton. Na rua em frente à praia tem bares (inclusive o Hark Rock Café), cafés, restaurantes, lojas e hotéis. E ao fundo da praia você vai ver a linda montanha Twelve Apostles (Doze Apóstolos). A praia tem algumas piscinas artificiais feitas com a água do mar e alguns pontos mais altos perfeitos para curtir o pôr do sol na praia.

Dicas VPM

  • Faça esse passeio pelas praias de bicicleta ou caminhando, assim você pode ir parando quando achar algo interessante pelo caminho.
  • A água do mar, é congelante. Só os fortes conseguem mergulhar no mar.
  • Não é permitido consumir bebidas alcoólicas na praia.
  • Leve casaco e biquíni, o tempo e o vento munda muito o tempo todo.
  • Todas essas praias ficam em bairros residenciais, bem localizados e seguros durante o dia (a noite é necessário se deslocar de Uber ou de carro), com boas opções de restaurantes, bares, supermercados e hotéis.
  • Em Clifton não existe absolutamente nada para você comprar na praia e nem próximo dela, então leve sua água e seu lanche.

Dia 4 – Woodstock e Centro

The Old Biscuit Mill: é um market super deslocado, localizado no bairro de Woodstock, próximo ao Centro da cidade. É um lugar que respira arte e gastronomia, pelas suas lojas e restaurantes, que funcionam de segunda a sábado. Aos sábados, acontece o Neighbourgoods Market, um mercado popular de comidas e bebidas internacionais, feitos localmente. Se estiver pela cidade no sábado, vá cedinho tomar seu café da manhã ou almoçar. E se tiver tempo para explorar o bairro, entre as ruas Albert Rd. e Victoria Rd, bem próximo ao The Old Biscuit Mill tem alguns grafittis e arte de rua. Porém a região não é nada segura, então tenha muito cuidado ao caminhar pelas ruas do bairro.

Centro: é bem parecido com o Centro de qualquer cidade, prédios comerciais e históricos, lojas populares, carros, ônibus e muitas pessoas circulando. Os principais pontos para visitar no Centro são:

– Bo-Kaap: é o bairro multicultural da Cidade do Cabo, conhecido como bairro malaio. A maioria dos moradores são descendentes de escravos trazidos pelos holandeses durante os séculos XVI e XVII. E as casas coloridas, museus, santuários muçulmanos e mesquitas, fazem parte da história da cidade e simbolizam a diversidade racial.

Greenmarket Square: hoje é uma feira de artesanato, perfeita para comprar lembrancinhas da África do Sul por um ótimo preço. Antigamente era o local onde os escravos eram comercializados. Ao redor da praça tem vários restaurantes, lojas e apresentações na rua de danças típicas de artistas locais.

Company’s Garden: é um parque bem arborizado no meio do Centro da cidade, ótimo para relaxar, fazer um piquenique ou uma caminhada. No em torno do parque tem diversos prédios históricos e museus como: Centre For The Book e National Library of South Africa (bibliotecas), Iziko South African Museum (museu tem coleções importantes de zoologia, paleontologia e arqueologia africanas), South African National Gallery (galeria de arte sul africana contemporânea), Parliament of Republic of South Africa (parlamento).

E próximo do parque dá para conhecer o Castle of Good Hope (Castelo da Boa Esperança, é um forte construído no século XVII), City Hall (prefeitura onde Nelson Mandela fez seu primeiro discurso como um homem livre).

E o dia termina na rua Long Street, uma das principais rua do Centro da cidade, tem prédios históricos, lojas, artesanatos, cafés, restaurantes, bares, casas noturnas. É conhecida como a rua mais balada da cidade. Vá no fim da tarde ou a noite para jantar ou beber algo.

Dicas VPM

  • Faça free walking tour para conhecer melhor a história da cidade. O tour é gratuito e normalmente ao final do passeio as pessoas dão uma gorjeta para o guia. Nesse site. tem todas as informações dos passeios guiados gratuitos.
  • City Sightseeing é a empresa que faz diversos tours pela cidade e arredores. O city tour no ônibus vermelho pode ser comprado no site. Dependendo dos lugares que deseja visitar, vale mais a pena pagar o city tour do que usar o Uber. Compare os preços!
  • Nas feiras de artesanato e lojas negocie o valor de tudo, consegui alguns descontos de até R100.
  • Tudo fecha cedo na cidade, lojas, supermercados, restaurantes, bares. É bom se organizar cedo para sair à noite seja para jantar ou beber algo. Eu quase fiquei sem janta na minha primeira noite.

Dia 5 – Cape Point e Cape of Good Hope

Cape Point: fica na reserva natural do Cape of Good Hope (Cabo da Boa Esperança), no Parque Nacional Table Mountain, Patrimônio da Humanidade. Inclui a cadeia Table Mountain, que se estende de Signal Hill até Cape Point, e os litorais da Península do Cabo. A entrada no parque custa R303 por pessoa.

Conhecido como Cabo das Tormentas, era ponto estratégico das rotas comerciais europeias para o Oriente. Durante anos Cape Point foi considerado o ponto do extremo sul do continente africano e o local onde os oceanos Índico e Atlântico se encontram. Porém o lugar correto é o Cabo das Agulhas, que fica a aproximadamente 150 quilômetros de Cape Point.

Reserve um dia inteiro para conhecer o parque, existem diversas trilhas e marcos históricos por lá, além de ser um lugar lindo, tem uma beleza natural única no mundo, com vales, praias, fauna e flora diversificadas.

Dicas VPM

  • Leve comida e bebida para fazer um piquenique, o parque é gigante e lindo. Você pode passar o dia explorando as diversas trilhas de carro ou caminhando.
  • O parque tem restaurantes e acomodações, caso prefira.
  • Leve casaco, venta intensamente o tempo todo.

Dia 6 – Praias próximas a Cape Town

Se tiver mais tempo conheça as praias, vinícolas, fazendas que estão no caminho de Cape Town para Cape Point, como: Hout Bay (passeio ilha das focas), Chapman’s Peak Drive (a estrada mais bonita da África do Sul), Cape Point Vineyards (vinícola para ver o pôr do sol), Simon’s Town Beach (praia para ver de perto pinguins), Cape Point Ostrich Farm (fazenda de avestruz), Muizenberg Beach (praia de surfista com casinhas coloridas).

Trabalho voluntário

Aproveitei que tinha um mês de férias para conhecer o país e decidi fazer trabalho voluntário em uma comunidade no subúrbio de Cape Town (Cidade do Cabo). Trabalhei durante uma semana com crianças de 0 a 10 anos. A maioria delas é portadora do vírus HIV e vive em situação vulnerável em uma favela de Cape Town.

Eu fiz o trabalho voluntário na ONG You2Africa, que tem diversos projetos sociais pelo país. E a Exchange do Bem, me ajudou a encontrar o trabalho voluntário na África do Sul. A agência, conecta pessoas que querem ajudar, com ONGs pelo mundo que precisam de voluntários.

O trabalho voluntário é uma ótima oportunidade de viajar e ajudar quem precisa. Também permite conhecer melhor a cultura local do país e praticar inglês. E o aprendizado diário que se tem com as crianças e as mamas (responsáveis pelos projetos na comunidade), é algo que não tem preço.

Poder ajudar crianças, que ficam felizes apenas com um sorriso e abraço é muito transformador. Elas nos mostram que não precisamos de muito para ser feliz, só basta dar carinho e receber muito amor. Se cada um fizer a sua parte a gente pode transformar o mundo em um lugar melhor para as crianças que são o futuro. 🙂

Como chegar?

As companhias áreas South African Airways (voo direto partindo de Guarulhos), TAAG (sai de Guarulhos com escala em Luanda, na Angola), Latam (sai de Guarulhos, com escala em Joanesburgo) fazem o trajeto até Cape Town.

Onde se hospedar?

Eu fiquei hospedada no Green Point e achei ótima a localização, bairro seguro e perto dos principais pontos turísticos, eu ia caminhando para a Waterfront. Sea Point também é uma boa opção.

Dicas VPM

  • Alugue um carro! Como o transporte público não é muito bom e em alguns lugares não é muito seguro, a melhor opção é alugar um carro, para não acabar gastando uma grana de Uber ou pacotes turísticos.
  • Achei Cape Town um pouco mais barata que Johanesburgo e com mais opções de lojas e variedades de artesanato. Por este motivo deixaria Cape Town como o último destino, na sua viagem para a África do Sul.

Vai para o mundo se apaixonar por Cape Town!  ?

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Carol Risueño
Carol Risueño

Viaja sozinha com uma mochila nas costas, com a inquietação de descobrir pessoas, culturas e lugares diferentes. É curiosa, quer sempre saber o que tem do outro lado, adora o desconhecido e desafiar seus medos. Ama natureza, praia, cultura e uma boa aventura. Monet, pintor impressionista francês, é seu grande ídolo. Relações Públicas, gaúcha, pisciana. Acredita que viajar torna as pessoas melhores e mais felizes.

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